Mulheres

Já pensou em parar um pouco, respirar e trocar uma ideia boa sobre a vida, o caminho, os silêncios e os aprendizados? É isso que a gente vai fazer no nosso próximo clube do livro.

O escolhido da vez é Sidarta, de Hermann Hesse, conta a jornada de um jovem indiano em busca de sabedoria e sentido para a vida. Abandona o conforto e os ensinamentos religiosos que recebeu desde pequeno para explorar, por si mesmo, o que é a verdadeira paz interior. Ao longo do caminho, ele experimenta extremos — do ascetismo rigoroso à vida cheia de prazeres — até perceber que a verdadeira compreensão não está nos ensinamentos dos outros, mas na vivência direta da existência.

O romance começa de forma aparentemente simples: uma mulher comum, chamada Yeong-hye, decide parar de comer carne após ter um sonho perturbador. Só que essa escolha, que podia parecer pequena, acaba virando um ponto de ruptura com tudo ao redor — a família, o casamento, a sociedade. A decisão dela vai ganhando camadas cada vez mais intensas, envolvendo questões de corpo, identidade, controle e até loucura (ou lucidez, depende do ponto de vista).

É um livro sobre resistência, trauma, e sobre o que acontece quando alguém simplesmente se recusa a seguir as regras.

A Palavra que Resta conta a história de Raimundo, um homem idoso que vive no sertão e carrega uma carta que nunca soube ler. Essa carta foi escrita por um antigo amor de juventude — um amor proibido, silenciado pelo medo e pelo preconceito. Agora, já com a vida marcada por silêncios, Raimundo decide aprender a ler. O livro fala de memória, afeto, desejo, repressão e da coragem de se escutar — mesmo depois de tantos anos calado. É sensível, delicado, e forte.
Conversa guiada pela Karol Soares; ginecologista e obstetra, apaixonado por escrita, livros, e é mãe de dois.

O Filho de Mil Homens é a história de Crisóstomo, um pescador que, aos 40 anos, sente que lhe falta algo essencial: ser pai. Mas não é só sobre paternidade — é sobre a busca por pertencimento, por formar uma família do seu jeito, com pessoas que também foram deixadas de lado pela vida ou pela sociedade.
Ao longo do livro, Crisóstomo vai reunindo à sua volta pessoas feridas, solitárias, marginalizadas — e, com elas, constrói algo lindo, improvável e profundamente humano. Valter Hugo Mãe escreve com uma sensibilidade absurda, criando um universo poético, onde o amor, a escuta e o acolhimento têm mais força que qualquer norma social.